Governo estabelece metas e prazos para implementação do BIM

Expectativa é que, em 10 anos, a metodologia esteja disseminada nas obras públicas. Já a partir de 2021, BIM deverá ser exigido na elaboração de modelos para algumas disciplinas da arquitetura e da engenharia.

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Parece ser notícia velha, mas o importante é dar atenção para a agenda da implantação do BIM.

Por meio da publicação do Decreto nº 9.377, de 17 de maio de 2018, o governo federal oficializou a Estratégia Nacional para a Disseminação do Building Information Modeling (BIM), ou Estratégia BIM BR, cuja finalidade é promover um ambiente adequado ao investimento na metodologia e sua difusão no Brasil.

Complementarmente ao decreto, foi publicado o documento Construção Inteligente, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), no qual são detalhados objetivos, ações, responsabilidades, metas e compromissos para a efetiva difusão desse novo paradigma da indústria da construção.

O MDIC exerceu a presidência do Comitê Estratégico de Disseminação do BIM, que foi criado em 2017 como primeiro passo para a propor a estratégia para BIM no país, com a participação de outros oito ministérios. O trabalho de formulação contou com a colaboração de diferentes instituições, entre elas, o Sinaenco. 

Entre as metas estipuladas, está aumentar em 10 vezes a implantação do BIM, de forma que 50% do PIB da construção civil tenha adotado a metodologia até 2024. Atualmente, 9,2% das empresas do setor da construção (que correspondem a 5% do PIB do setor) utilizam o BIM em suas rotinas de trabalho, de acordo com pesquisa e estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentados no documento.

Prazos escalonados

De acordo com o VP de Arquitetura do Sinaenco/SP, Eduardo Sampaio Nardelli, as empresas de arquitetura e engenharia consultiva deverão se preparar para utilizar a metodologia, considerando que o governo tem expectativa de, em 10 anos, o BIM estar disseminado nas obras públicas.

“O Sinaenco irá realizar um seminário internacional no segundo semestre de 2018, para discutir os desafios da implantação do BIM nos próximos anos”, adianta Nardelli.

A proposta da Estratégia BIM BR é que a exigência do BIM nas compras do Poder Público seja feita de forma escalonada, para conferir tempo de adaptação ao mercado e ao setor público.

Assim, os prazos para implementação foram divididos em três etapas:

  • A partir de janeiro de 2021:  a exigência de BIM se dará na elaboração de modelos para a arquitetura e engenharia nas disciplinas de estrutura, hidráulica, AVAC e elétrica na detecção de interferências, na extração de quantitativos e na geração de documentação gráfica a partir desses modelos;
  • A partir de janeiro de 2024: os modelos deverão contemplar algumas etapas que envolvem a obra, como o planejamento da execução da obra, na orçamentação e na atualização dos modelos e de suas informações como construído (“as built”). Além das exigências da primeira fase.
  • A partir de janeiro de 2028: passará a abranger todo o ciclo de vida da obra ao considerar atividades do pós-obra. Será aplicado, no mínimo, nas construções novas, reformas, ampliações ou reabilitações, quando consideradas de média ou grande relevância, nos usos previstos na primeira e na segunda fases e, além disso, nos serviços de gerenciamento e de manutenção do empreendimento após sua conclusão.

Fonte: Sinaenco